Ilhas urbanas
Nesta cidade impassível, um mar
amotinado e profuso em questões,
em bruscas, ávidas, baixas ações
que nos carregam pr'um mesmo lugar;
planificando as futuras opções,
lanço-me à cova dos frios leões
e espero alguém que me irá resgatar.
Justificado na regra das horas,
saio e carrego uma vida reclusa.
Percebo outra ilha, como eu, que me cruza
impaciente por nossos agoras.
Penso no Estado e na forma que me usa,
rouba de mim sem que nada produza,
e eu me recordo do tempo de outrora...
Sigo um caminho de dor surreal
por outras ilhas repletas de tramas,
ilhas como eu, torpes ilhas urbanas,
que se resguardam da vida real.
Oh, meu amor! Oh, rainha das damas!
Peço que esqueças as ilhas e lamas;
pois nosso amor, ele é continental!