Infenso
Por não mais sentir, em seus olhos, o sabor das tantas
Lágrimas que, enternecido, a cada instante sugava,
Com dolentes beijos, no momento em que a amava,
Imensidão de desejos saciados e contidos à garganta...
Por não mais sentir, em seus cabelos, no pós o banho,
O suave olor de seu perfume, cetim em que me refugiava
Das agruras da vida, quando então, nua, a contemplava,
Perdido na efemeridade do tempo em que nos amamos...
Por não mais sentir, nos lábios, a avidez de seu desejo,
Ao se encontrarem com os meus, prenhes de quimeras
Que não seriam realizadas neste tempo de espera,
Que serão vistas como de despedida, só mais um beijo...
Por não mais sentir crepitar em seu corpo, o fogo intenso
Em que me consumi, entre suas juras de amor eterno,
Nas labaredas de suas mãos e de profusos carinhos ternos,
Tornei-me frio, distante, indiferente à vida... A tudo infenso!
Por não mais sentir, em seus olhos, o sabor das tantas
Lágrimas que, enternecido, a cada instante sugava,
Com dolentes beijos, no momento em que a amava,
Imensidão de desejos saciados e contidos à garganta...
Por não mais sentir, em seus cabelos, no pós o banho,
O suave olor de seu perfume, cetim em que me refugiava
Das agruras da vida, quando então, nua, a contemplava,
Perdido na efemeridade do tempo em que nos amamos...
Por não mais sentir, nos lábios, a avidez de seu desejo,
Ao se encontrarem com os meus, prenhes de quimeras
Que não seriam realizadas neste tempo de espera,
Que serão vistas como de despedida, só mais um beijo...
Por não mais sentir crepitar em seu corpo, o fogo intenso
Em que me consumi, entre suas juras de amor eterno,
Nas labaredas de suas mãos e de profusos carinhos ternos,
Tornei-me frio, distante, indiferente à vida... A tudo infenso!