O Engenheiro Que Virou Poeta
Dizem que virei poeta...
Como foi que isso aconteceu?
Era engenheiro de alma bem quieta
Sei não o que me acometeu
Acho que sou poeta de teimoso
Cabeça dura mesmo, tinhoso
Do lavor não largo um momento
Se o verso não me sai a contento
Homem enxerido e curioso
Longe de mim ser poeta vanglorioso
Na academia não desejo assento
Tal nunca passou em pensamento
Da engenharia à poesia
Da ciência à arte dileta
Almejo, com diligência e extasia,
Honrar a nobre estirpe de poeta
Poesia é arte, inspiração
Também indispensável, a erudição
Assim, a inegável constatação:
Quem me faz poeta é a divina mão!