AUTOCRÍTICA:
Às vezes, humanamente penso,
Que somos o que jamais
Poderíamos ser.
Nesta noite indolente, sem carinho,
Sem amor (...).
Num quarto como indigente
A companhia é o terror!
Rastros, ruídos, fantasmas.
Na escuridão da noite...
O arrastar de chinelos
Na sala, ou no corredor,
São lampejos de ínfima lucidez
Na alma do pecador
Eu que sempre fui insolente, frio,
Calculista, e fingidor.
Ao ocaso não sou nada
Ao vislumbrar as entranhas
Do que deveras sou.