O TEMPO
Não pede licença nem pede passagem,
Não se deixa domar em sua viagem.
Firme, sereno, resoluto e constante,
Gentilmente atropela qualquer linhagem.
Nem todos entendem a sua linguagem,
Novidade carrega em sua bagagem.
Imparcial e preciso, a todo instante
A esperança renova - eis sua mensagem.
Suas marcas para sempre se retêm,
Mas muitas apaga as que a vida entretém.
É fato sabido não ser abundante,
Permite-se remir quando fé advém.
Relativo, finito, amigo do bem,
Por ninguém espera, pois já que também
Aos homens roga num clamor incessante:
"Usem-me sabiamente enquanto me têm!"