A casa é sua!

...

A casa lá do fim da rua

aquela rua sem saída

onde mora o poeta...

parece livro aberto

com as folhas cantando

tem cheiro de novidade

a porta convida a entrar

parece se agradar de gente

a casa em si não é bela

a pintura têm histórias

em seus descascados de tinta

....aquela próxima a calçada

foi o menino com os dedos

achou bom retirar a cobertura

da parede e deixá-la natural

com olor de terra molhada

e aí veio os cutucões da vassoura,

dos móveis, do guidão da bicicleta,

enfim...

o telhado bem chapiscado de bolor,

quando chove, não guarda os moradores

da chuva e alguns pingos descem

quicando no balde já atento

como dizia, a casa gosta de gente

entram pernas apressadas

e saem leves, diria um pouco

dançantes...sem pressa

e há dias que o poeta

senta-se na soleira da porta

e fica esquecido do tempo

às vezes parece esperar alguém

a procurar algo, a se deixar paisagem

há solidão, há amor, há misturas

de emoções em se olhar o poeta

enquanto este suspira e olha o céu

parece sentir saudade...

a casa do fim da rua

não é a mais bela de fato,

mas todos chegam a ela

e acabam sendo convencidas

a entrar...vamos!

Jennifer Melânia
Enviado por Jennifer Melânia em 24/08/2015
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