Descanso poético

Tem épocas que são assim mesmo, de total desolação,

sem clima, sem ideias, como uma hibernação poética,

uma greve das letras, o pensar se esconde em rebelião,

e a palavra que não se mostra, outrora era tão frenética.

Descansa então o poeta, sossega a caneta, vira leitor,

procura nos grandes mestres acordar a doce inspiração,

talvez seja só tristeza, quem sabe uma musa, um Amor,

só me resta então esperar, paciência, reciclar o coração.

Mas como sofro nessa espera por minha amiga poesia,

talvez ela também até sofra, mas aceita resignada,

mesmo que essa separação afete tanto minha alegria,

tenho certeza que ainda não é o fim dessa jornada.

Nesse triste ocaso poético, vivo um tanto sem destino,

e toda beleza que sempre via, hoje já não me fascina,

e onde andará, me digam, a alma daquele menino,

que cresceu pensando ser poeta, jamais quis outra sina!

Leir Rodrigues
Enviado por Leir Rodrigues em 24/08/2015
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