Não nego
Não nego
Degolas o Sol com tacape
Antes que a Luz escape
Já que estás cego.
Não entendes nada de nada
Feito Luz apagada
Não nego.
Nem dó de ti tenho
Teia onde aranha se embrenha
À espera de inseto.
Apenas piedade mereces
Pietà! Ó Pai!
Peça perdão dos pecados
Quem sabe Ele socorra
Antes que morra
Os seus vendavais.
Faço uma Prece:
E outra, e outra, e outra,
Me esqueça
E fuja de mim...
Fecho à porta
Com tramela
Mas entras pela janela!
Do jardim.
Teu caminho não é reto
Por mais que penses que seja.
Quem nasceu pra ser folha
Pétala nunca será
Quem dera ser rosa
Se nem espinho és!
Não sou teu telhado
Muito menos espelho
Então não me veja.
Não flertas com a vida
Não vives a vida
Porque és despedida
Feito embarcações
Atracadas no cais...
No vai e vem das marés
Sem luares
E sem digitais...
Sal em vez de açúcar,
Poeira pousada na nuca
Do ar...
Machucando
O ombro do céu
Azul,
Do mar.
Sepulto as insatisfações
E as ingratidões...
Sem túmulo.
Crio asas
Nos versos
E voo...
Debruçado nas emoções
Navego no Universo
E trago estrelas
Imersas no olhar.
Tony Bahi@.