Para o amanhã
Para o amanhã, o agora clama
Procrastinar, o mundo te procrastina
Ainda não nasceste para o mundo
E já está morto para si
Entre moribundos tão alegres
Satisfeitos com a mediocridade
As horas são contadas
O momento futuro, sempre aguardado
A rispidez, a ranhura, a arrogância
O sorriso arrogante e odioso
Para o amanhã, tudo de melhor a espera
Vai ficar pra depois, sempre pra depois
Anos contados as pressas
Amanhã, de todo sempre, que chegue depressa
Segundo o espaço, o tempo é orgânico
Quanto minha carbônica alma
Espancando e amando loucamente
Os delírios do pensamento alheio
Os seus próprios delírios
Seu atestado de louco doente
Dado por gente contente,
De um plano terreno conspirador,
Confabulado com o inexistente...