Languidez
Meus olhos numa languidez profunda
Perpetuam-se no sol tênue que desmaia
Na fimbria visualizando raios em fogaréus
Como uma fogueira intimidando o céu
Artistas e pinceis mágicos retratam a tela
Tecidas em cores e suaves e estremas
Meus olhos ainda assim em depressão
Desfruta da tarde inebriante que desfalece
Às mares revoltadas compõem baladas
Barqueiros e pescadores em ritual agitado
Lançam suas enormes redes e armadilhas
Entre as finas malhas debatem-se os peixes
Fortes ondas a estrondear nos rochedos
Numa visão afetuosa e poética morrem
Meus olhos ainda assim não abrandam
E com firmeza vê as gaivotas voarem.