O SIM
O SIM
Viva a Mandela
De onde a luz vem
Viva a favela
Senzala de alas
A frente das valas
Onde o comum não nasce
Sozinho
Viva cancela
Das portas fechadas
Tua cultura
Estereotipada
Cuspida comida
Sem o tempero da relva
Tem selva nos olhos
Não quero sorver
Livros que livre
Possa escrever
Serão meus hinos
Benditos hiatos
Contra-altos escritos
No alto de silvos de viva
Posse de mim
quero ter
viva aquarela
de cores minhas
deixadas guardadas
pela chuva lavada
milagre na água
deságua de vida
de “mãos cortadas”
agora mãos herdadas
brotei campos
nas covardes bordadas
costas cravadas
do mesmo Cristo
que louvam glórias
história contada
sermão de ouvidos
nos cegos de verdade
a idade não nasce
fardada de cinzas
enterradas mentes
a mentira lida
só tem fantasia
quando salve vivas
a quem lavrou
depois que enterrei
a primeira vertente.