PORTAS DE RUA
Adoro portas espelhadas
Do centro da cidade,
Nas ruas mortas dos fins de semana,
E, passo na rua, sua,
Onde o trem dorme sossegado
E o pipoqueiro nem existe.
Adoro estas portas espelhadas
Onde acomodo os cabelos
E a camisa
Nas
Calças.
E vaio o vento
Que balança a chaminé.
Desperto o meu medo,
De faro aguçado.
Acordo um telefone
Mudo,
Surdo,
Numa sala trancada.
Esperança,
Num desses espelhos,
Estarás amada,
Retocando o batom,
Pela janela oposta.