SÚPLICA

SÚPLICA

Um azul infinito

Profundo sem fim

Sem brancas nuvens

A nublar meu pensamento

Por onde andará o plúmbeo

Que tantas águas trouxe

Será que envergonhou-se

De surgir amiúde

E resolveu esconder-se

Sob a terra avermelhada

Guardando só para si

O líquido da vida

Daí que cava-se a sepultura

E o pó de tantos corpos

Perde-se pelo ar

A nadar pela secura

E apenas a sentir

Águas salgadas

Que rolam pelas faces

Em súplica por apenas

Uma gota ao menos

De chuva

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 22/08/2015
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