sob a face do orvalho
quero banhar-me em gotas de orvalho
me embebedar em seus perfumes
sorrir com seu sorriso
como a pételas que esvoaçam seus redemoinhos de solidão
quero sugar seus lumes
e fruir das suas faces
como pulverização salobra
quero ingerir suas texturas de vida
e fazer poesia com os seus úteros de seus semblantes
e nas suas faces os seus reflexos
os delirios sangrentos de mim
estampados por entre as almas
com sedes oníricas, satíricas e perversas
sob a tutela bastarda
e covarde dos sem fins
em lamas subalternas
doces e rubras
a reluzir destinos
opacos
obscuros