Voar
 
Ah! Vontade de escancarar portas,
irromper fremente na distância,
tornar constante a inconstância.
 
As mãos levantam voo como as borboletas,
e o poema acaricia-me os cabelos,
desgrenhados por um vento
que parou de soprar.
 
Voar, voar, voar,
esse antigo desejo humano.
 
Um dia desato os cadarços,
descalço os sapatos
e vou ter pés
de águia.
 
Que se abram as asas,
numa envergadura solene de pássaro:
soltei os desejos flanando por entre os astros.
 
Fábio Amaro
Enviado por Fábio Amaro em 21/08/2015
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