A Águia
Desceu do seu voo amortecida
Abriu a guarda com sua asa ferida
Descobriu logo o ato descuidado
Percebeu ser o alvo frágil, cansado.
Olhos da luz solar na escuridão
Amplia a percepção além da ilusão
Ser fraco é andar em água fervente
No clamor da terra a dor é latente.
Esconde sua ferida sob a asa
Recolhe suas dores em brasa
O grito da alma, o fogo lacrando
Além dos limites, foca, sai voando...
Voa alto e transcende em cristal
No alto penhasco cria seu portal
De lá olha a terra e o sol enfim
O despertar puro de voar para mim.