Canto Aos Esquecidos.

A turbulência complexa do meu ser.

Inexorável âmago.

Intermitente diante de questões inexistentes.

Seria todo eu algo que não sou?.

Lapidei a mãos calejadas meu interior,

E a manta divina que o cobre.

Não terei teu ínfimo juramento,

Tornando-me incerto das certezas que tenho.

Mesmo jazendo sentimentos insípidos,

Que se expelem da natureza do meu ser.

Terei mesmo diante de angústia profunda,

A única certeza que me faz viver.

Morrerei pelos sonhos mortos,

Dos que nem puderam ver o dia nascer,

Morrerei pelos gritos ocultos,

Dos que nada puderam dizer,

E nessas dores eternas que cobrem o mundo

Farei-me padecer.

Pois não tão pobre e vil homem,

Que cuja a dor não tenha fome

De arder e arder até tornar-se chama,

Até o consumir e o esquecer.

Tal dor nenhuma deve ser esquecida,

Pois viverei por mais mil vidas,

Por todos aqueles esquecidos

Que mesmo vivos,

Já estavam a morrer.

DjavamRTrindade
Enviado por DjavamRTrindade em 21/08/2015
Reeditado em 21/08/2015
Código do texto: T5354310
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