SOMENTE EU VIVI

Quando não me vir a olhar as estrelas

e deixar de ouvir os gritos silentes da noite

e o silencio flagelar os meus dias

igual ao pássaro que perde seu canto...

Quando mais nada houver

e somente restar o clarão da lua,

vagando no negro céu,

a bailar solitário no infinito...

E minh’alma implorar por vida

assim, como a luz da lua se apagar...

Não existirá mais passado ou futuro

somente o hoje a nos presentear.

O espelho límpido mostrará

uma vasta cabeleira gris

como neve, brilhante, a escorrer

por sobre seus ombros já curvos

com o peso dos anos idos...

Restarão somente lembranças

da felicidade que não houve.

Porque fui me apaixonar

por paixões que não eram minhas...

O frio espelho hoje mostra

que todos amores que sonhei

não eram os mesmos que os seus.

Somente valeu a pena,

por ter vivido este amar

sem medo do amanhecer...

Eu, somente eu vivi!

Luis Carlos Mordegane

MORDEGANE
Enviado por MORDEGANE em 24/09/2005
Código do texto: T53540