Abstenho-me
Não vim pro mundo para julgar
Por pior que a pessoa seja
Por pior que esteja
Forte, fraco, intransigente, demente
Muito preso, muito livre.
Discordo de quem quer que seja quando quero
Ajo da forma que acredito e que consigo
Mas que cada um evolua ou involua
De acordo com o seu próprio caminho e consciência
Cada um que acerte suas contas
Com seu futuro e a eternidade que seja
Não absolvo nem condeno
Somos todos inocentes, somos todos culpados
Pessoas más morrem
Pessoas boas morrem
Como se a luta não tivesse fim, nenhum lado é privilegiado
Todos tem brevidade de tempo, todos envelhecem
E surgem pessoas melhores
E aparecem pessoas terríveis
Não há entendimento
O julgamento não vai mudar ninguém
Talvez o amor
E infelizmente, talvez o ódio, o rancor
Faça de alguns um retrocesso
Neste contra-senso infinito.