ME ABRAÇA AGORA
Não sei, se minha passagem por aqui, será um tanto fez ou um
tanto faz.
Tenho feito coisas agora, para que seja uma passagem
encantadora,
mas nunca se sabe, pois as vezes a escuridão nos impede
de discernir o certo do errado.
Também não vivo de passado e nem dependo do futuro para
ser feliz.
As possibilidades só podem serem vividas agora.
Também, quando eu morrer, não quero deixar de herança a dor
da minha ausência.
Se quiser, desfrute de mim agora, pois depois de partir,
estarei envolvido com outras possibilidades.
Quando eu morrer, não terei mais ouvido, para ouvir se fui amado
ou odiado.
Se me ama, fala agora, para não se arrepender mais tarde.
Se me odeia, troca esse sentimento por benevolência e ora
pela minha iluminação.
Quando eu morrer, não poderei mais abraçar-te, portanto, abraça-
me agora.
Quando eu morrer, não saberei se fui cruel ou distinto.
Se quiser interagir comigo, interage agora.
Pois somente agora, há um coração batendo aqui, de portas
abertas, desejando a nossa evolução e a união dessa nossa raça tão intrigante.
Abelardo Araujo