quem disse que faço versos
Quem disse que faço versos como que morre.
Eu faço verso por está morto!
Por demência,
Por ser tão entediante,
Que meus olhos não choram,
E o gole da cachaça mim é bem, mas suave que a vida!
Pelos os aluados dos meus quintais,
Pelas gentes que me atravessam e eu não,
Pelo copo cheio,
Pela mesa diversa,
Pelo medo,
Por ser morno.
Eu faço verso,
Pois as crenças e as duvidas são reais,
E no meu copo, sempre bebe mais um!
Eu faço verso,
Pois a dor é constante
E a cura improvável,
A carne é podre,
O homem é podre,
E o poeta nega-se ao obvio.
Eu faço verso,
E não encontro matéria de mim,
Bipolar são as palavras, que me toca,
Sotaque de uma voz rouca,
Minha voz é uma dose amarga!
Eu faço verso,
E quantas mentiras fala de mim,
Versos, sem cara,
Sem letras,
E a gramatica ainda não entendeu
O beijo assexuado.
Eu faço verso,
Mais só Bandeira
É carregado de lírica,
Essa terra Pernambuco,
E acesa de liberdades!
Eu faço versos...
Falai em nossa pátria, homens!
Nobre é o verso livre.