SEM MEDO
Por ora, vem
asas não tenho
ninho tépido faço com meu braço
refúgio certo quando a dor não poupa
palavras doces e
silêncio breve onde o sal se cristaliza
e da mistura, a dose que você precisa
não te prendo, teto e abrigo
não dói estar comigo
remanso e agasalho
farol e brisa
manhã cadente em tarde roubada
ao anzol da rotina
carícia na mão que conduz a lua
ao céu escuro
quando o desejo alucina
vem, menina
esse punhado de estrelas
nos teus cabelos
são os poemas que a noite
escreveu sem rimas
são o adorno da saudade
nas tuas crinas
tenho a esperança por necessidade
e a inquietude como sina.