piercings

Parições

O poema

De onde não há poesia

É arrancado a fórceps

E doído nascerá

Sadio,

Áspero,

Briguento,

Entre versinhos cor de rosa

E incensos...

O poema

De onde não havia poesia

Sangra

Mas não desiste

De poemar-se

Lento... Lento...

Mas dono

De seu sustento.

Piercings

O que de anormal

Em ser normal?

É que a época

É de estranhezas:

Cabelos azuis,

Unhas pretas...

Dois perfis: um lado

Lindo, outro lesado

Na face escava...

Piercings, tatuagens,

Crianças obesas...

Anoréticas...

Ruas vazias de meninos

Brincando whatsapps

Em suas mesas,

Sem terra nas unhas,

Mas sujinhos... Sujinhos...

Sem delicadeza.

O que há de normal

Em ser anormal

Nessa “esperteza”?

Sergiodonadio.blogspot.com

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 20/08/2015
Código do texto: T5353227
Classificação de conteúdo: seguro