de tanto andar sozinho
de tanto andar sozinho
acompanhado de mim mesmo
a ermo
em estradas vazias
coloridas pela minha dor
e sede
e fome
como quem vive
nas marchas arrogantes
dos desvios insólitos
...de tanto andar
sozinho comigo mesmo
em desvios subversivos
sob camadas de tintas
ocas
toscas
vulgares
a desbotar-me de mim mesmo
por inteiro
a traçar meus rastros
feito caminhos úmidos
secos
sujos
das minhas sombras
imundas e moribundas
e sobras de solidão
a derreter os esquivos
à beira de estradas
fúteis
vulgares
e inférteis