de tanto andar sozinho

de tanto andar sozinho

acompanhado de mim mesmo

a ermo

em estradas vazias

coloridas pela minha dor

e sede

e fome

como quem vive

nas marchas arrogantes

dos desvios insólitos

...de tanto andar

sozinho comigo mesmo

em desvios subversivos

sob camadas de tintas

ocas

toscas

vulgares

a desbotar-me de mim mesmo

por inteiro

a traçar meus rastros

feito caminhos úmidos

secos

sujos

das minhas sombras

imundas e moribundas

e sobras de solidão

a derreter os esquivos

à beira de estradas

fúteis

vulgares

e inférteis

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 20/08/2015
Reeditado em 21/08/2015
Código do texto: T5353199
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