AS CARTAS DO ELEFANTE MAGO
AS CARTAS DO ELEFANTE MAGO
Das migalhas como
pão em ouro maciço
as tralhas jogadas
o alto sacro penoso
vibra alegria
da tristeza vigiada
te enterram
há covas abertas
desperta paisagem escura
ternura da flor
loucura da dor
provocada dor sentida
te enterram
holocausto signo
símbolo roubado
perdido
hino dobrado sino
tocando indo
te enterram
terra querida amada
terra por baixo
pisada comprada
vendida
deixada deserto
depois da vinda
do único redento profeta
te enterram
prolífero vazio dos iguais
marginais mortos
no aborto rompido
das falências
do que difere
da essência permitida
te enterram
poder possuído de fala
consumido poder de balas
calas poder no fim
escrutínio
escroto farsante
no térreo falante
lá em cima dormindo
te enterram
um corpo esbelto
o mercado das ações
do corpo certo
inferno de poções
entranhas dilacera
o eterno zomba
da primavera
“Tem coisas mais sagradas
Que o tempo”