DOCE VÍCIO
Quando menino, sonhador,
Eu sonhei ser caminhoneiro,
Um cantor ou um ator,
Entre os astros, o primeiro.
Mas a vida, muito esperta,
Me desmentiu desde o início:
De descoberta em descoberta
Fui exercendo outros ofícios.
Se nem sempre fiz a coisa certa,
Também me livrei dos precipícios.
E o meu anjo, sempre alerta,
Me apontou outros indícios.
Me disse: vais ser poeta,
Poetar será teu doce vício.