Mareado

Mareado senti-me no teu oceano,

no tempestuoso mar de tua vida.

E tão logo percebi o meu engano

e que era uma viagem só de ida

tentei procrastinar ato tão insano.

Tarde demais! Teu corpo invadira

o meu sem cerimônia ou piedade.

Das minhas veias, por onde fluíra

o sangue fulgurante da mocidade,

a exceção do teu, tudo se evadira.

Passou-se o tempo e mais agitado

continuou o mar. Marolas e ondas

atravessam-nos à frente, ao largo.

E eu, desorientado entre as vagas,

ressinto-me, eternamente mareado.

Mallmith
Enviado por Mallmith em 21/06/2007
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