O Viajante
Às neblinas desta luz
Às sombras que acercam
A visão do homem brando
E às cores do encanto...
Às estradas fugirá
Para este tempo esconderá
As marcas relevantes
Das verdades cicatrizantes...
Ao vermelho dos seus olhos
Ao sangue pelos seus dedos
E as palavras regressarão
"Eu vou, vou voltar
Para nunca mais retornar."
Ao tempo ofuscará
Ao tempo regressará
E aos mestres que encontrar
A sua dor refugiará...
Ao reflexo da realidade
Do terceiro bater de asas
E o futuro irá mudar
De novo, e de novo
O viajante não voltará...
Sem nova vida
Sem novo tempo
Tudo muda rapidamente...
As dores que agora estão
Refugiadas ao passar do tempo
Escondidas no feroz vento
Que grita, ao rasgar da noite
Sobre as águas cristalinas...
As profundezas dessas águas
E ao acordar neste chão
Tudo mudou...
A lágrima em seu rosto escorre
Ao tempo jamais regressará
Ao tempo não esquecerá
Que ao futuro deixou
Um pequeno pedaço
De lembrança ao tempo...
Não há mais como agora
Só a amargura lhe tomará conta
Pois jamais
O velho viajante
A sua felicidade irá voltar...
"Regresse meu filho
Regresse para longe
Longe das lembranças
De quem um dia irá surgir..."