Do Amanhecer Ao Pôr Do Sol
Vidro rachado
Iminente impacto brutal aquele,
Que me fez abrir os olhos
E ter feito o diário ritual
A cravação da adaga de bronze em meu peito
Para o meu erguimento...
Para que eu continuasse a seguir
Como correr sem antes caminhar?
Como caminhar se nem consigo respirar?
A indisposição me arrasta de um lado
A coragem me puxa de outro
E quando eu olho em volta
Já estou onde eu queria estar
Imaginar que todos sofrem menos do que eu
Somente me conforta
Porém o sofrimento traz boas recompensas
O rir, o zoar, o gostar.
O anoitecer por aqui passará
Trocando o papel de parede no teto de vidro do meu quarto
Encerrando a minha luta apenas com uma pausa
Que com certeza virá bater na minha porta amanhã de manhã