Do Amanhecer Ao Pôr Do Sol

Vidro rachado

Iminente impacto brutal aquele,

Que me fez abrir os olhos

E ter feito o diário ritual

A cravação da adaga de bronze em meu peito

Para o meu erguimento...

Para que eu continuasse a seguir

Como correr sem antes caminhar?

Como caminhar se nem consigo respirar?

A indisposição me arrasta de um lado

A coragem me puxa de outro

E quando eu olho em volta

Já estou onde eu queria estar

Imaginar que todos sofrem menos do que eu

Somente me conforta

Porém o sofrimento traz boas recompensas

O rir, o zoar, o gostar.

O anoitecer por aqui passará

Trocando o papel de parede no teto de vidro do meu quarto

Encerrando a minha luta apenas com uma pausa

Que com certeza virá bater na minha porta amanhã de manhã

Marcus Mota
Enviado por Marcus Mota em 17/08/2015
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