estafetas
Estafetas
Em que momento um objeto é abjeto?
Em que um homem passa a ser inseto?
Tudo que sabemos sobre mente humana
É que quando ela erra não se conserta,
Cheia de razão... Se inflama...
Em que momento a consciência dirá: Não!
Se já nem cobrem as faces quando presos
Grandes homens donos de segredos?
Houve um tempo, saudade, em que se sabia
Quem eram os bandidos da cidade...
Agora não tem alarde que segura a criatura
Que te invade... Fingem-se armados,
e de surpresa levam a boia sobre a mesa,
E zás-trás a sobremesa...
E de sobra deixam o susto como prova.
Em que momento este chamado humano
Tornou-se tão desumano? Quem, sem alarde,
Sem máscara, sem vergonha,
Rouba à criança a pamonha?
Leva a vitrola e te vendem de volta na feira...
Outro, menos cordato, rouba-lhe a fleuma!
O tato, a paciência, ao dizer-se candidato!
Em que era ele pensou-se ileso desse ato?
O que sinto é que vivo no século errado!
Curto essa inveja daquele tempo em que
Não vivi... Quando cuidavam cavalos,
Bondes, estafetas não voavam, não saíam
desgastados com o erário, só o horário...
Não deixo de pensar com meus botões:
Em que quadra picareta se tornou profissão?
Sabe como vejo a história? – Sem memória.
Vejam: num dia europeus invadiam o Brasil,
Noutro dia nos mandam à puta que pariu?
Índios, negros, amarelos, “privilegiados”?
Desde que me sei o branco é o culpado!
Tem boa educação, paga, e faz tudo errado?
As cotas querem igualar em cada estado.
Digo para os meus botões: coitados...
Sergiodonadio.blogspot.com