Páginas da minha vida...
Quisera fossem todas coloridas,
como as brincadeiras de criança
nas horas gostosamente vividas,
em páginas impregnadas de esperança...
Quisera fossem páginas de alegria,
dos dias repletos de fantasia,
onde, no frescor da mocidade,
pensava ter conquistado a felicidade!
Quisera fossem páginas de amor eterno,
que me abraçariam em todos os invernos
e, ingenuamente, pensei que pudera,
tê-las junto a mim nas primaveras...
Ah, como eu quisera,
que as páginas da minha vida
não fossem apenas quimeras
voejando nas asas do vento,
além das brumas do tempo...
além das brumas do tempo...
Ah, como eu quisera,
depois de tão longa espera,
depois de tão longa espera,
que os sonhos se tornassem realidade,
pousando sobre mim a felicidade!
‘Não haverá borboletas se a vida não passar
por longas e silenciosas metamorfoses...’
(Rubem Alves)