O RESTO NÃO TEM SENTIDO

Eu já cansei de me sentir culpado,

Me ver como o cocô do cavalo do bandido:

Se eu desamei, se deveria ter amado,

O que não foi, o que poderia ter sido.

Sei que não vou morrer isento de pecados:

Alguns deslizes eu já devo ter cometido.

Só por Deus e os meus quero ser perdoado,

O resto, já não faz nenhum sentido.

Nem sempre eu fui um lago serenado,

Eu já esbravejei, eu já fiz alarido.

É que o meu saco também já foi pisado,

Aí não tem como não ficar emputecido.

Só por Deus e os meus quero ser perdoado,

O resto já não faz nenhum sentido.