navegando

Sem camisa

cabelos aos ventos

dono de mim mesmo

sair por aí a fora

como um cigano-hippy-louco bêbado

com as cachaças que os deuses fizeram pra mim

com os suores feitos dos seus prazeres

em ciclos festivos e lunares

Devanear é verbo,

sonhos são substantivos

que me crivam

e me alicerçam

que me nutrem

perante meus estados de poesia

em que eu mesmo

me encontro embriagado

Prostituto de meu tempo

prostrado num altar-mor

do silencio

que grita labaredas cristalizadas

pelos ventos que dirigem

minhas sementes de vida

outorgadas pelos terrenos férteis

nos horizontes oniricos

e céticos

a se desmancharem

pelos esvoaçantes tempos vindouros

de minha alma gigante

perante as estrelas como testemunhas

dos meus erros

e acertos torturantes

e anestesiados

pelos cortantes veios

em cores cegas

dos meus úteros

em cheiros que me domam

com a arte de viver

em vieses que solapam a minha existencia

de me nutrir

da minha sina

da teimosia de ir sempre:

NAVEGANDO...

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 16/08/2015
Reeditado em 16/08/2015
Código do texto: T5348152
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