navegando
Sem camisa
cabelos aos ventos
dono de mim mesmo
sair por aí a fora
como um cigano-hippy-louco bêbado
com as cachaças que os deuses fizeram pra mim
com os suores feitos dos seus prazeres
em ciclos festivos e lunares
Devanear é verbo,
sonhos são substantivos
que me crivam
e me alicerçam
que me nutrem
perante meus estados de poesia
em que eu mesmo
me encontro embriagado
Prostituto de meu tempo
prostrado num altar-mor
do silencio
que grita labaredas cristalizadas
pelos ventos que dirigem
minhas sementes de vida
outorgadas pelos terrenos férteis
nos horizontes oniricos
e céticos
a se desmancharem
pelos esvoaçantes tempos vindouros
de minha alma gigante
perante as estrelas como testemunhas
dos meus erros
e acertos torturantes
e anestesiados
pelos cortantes veios
em cores cegas
dos meus úteros
em cheiros que me domam
com a arte de viver
em vieses que solapam a minha existencia
de me nutrir
da minha sina
da teimosia de ir sempre:
NAVEGANDO...