Recôndito Excruciante
Mal o sol acabou de se por, as trevas taciturnas abrem a boca
Fétida do crepúsculo – cadáver plasmado pela torturante carnificina
Alimentando milhões de parasitas multiformes
Submergidos do encéfalo pútrido da noite, numa gula hedionda
Em minha morbidez ignota
Angustiosamente encolho-me entre larvas e sanguessugas
Sob as sombras de uma lua negra, repleta de chagas sanguinolentas
Como um animal medonho,
Um ancestral endêmico da demência
Espectro diáfano, do que não é vida, nem morte.
(Edna Frigato)