as linhas retam não perfumam
as linhas retas não perfumam
não estercam florescimentos
lirios não se inundam
nos seus cômodos
oriundos dos estrumes desseminais
das infertilidades agudas
como os gritos sem ecos
e ocos como as cercas que se inundam de equívocos
tortos e subnutridos
as linhas retas são os descasos das despoesias
heréticas sem heresias
as linhas retas padecem como o viço dos úberes que gestam silencios anti poéticos desérticos
como os moinhos corróidos pelas ferrugens
insossas
devastadas pelos
acasos duvidosos
da maciez arenosa
da estupidez que constrói barbaries
as linhas retas não geram sonhos
e sem cores vindouras
e sem alicerces
nos cheiros das tardes
grávidas e entorpecidas
pelos vínculos loucos
inundados pela alegria
do poder ser poesia