Dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois
Estou reaprendendo a brincar.
Brincar com meus nós, meus enganos, meus destrambelhados passos.
Brincar com meus sustos, minhas cordas frouxas, meus tempos
sem rima.
Brincar com meus silêncios, minhas entupidas, meus sorrisos sem eco.
Brincar com meus frutos podres, meus lagos secos, minhas paisagens
paradas.
Brincar com minhas fantasias, minhas estreias com casa vazia,
meus olhares sem gosto.
Estou reaprendendo a brincar com minhas prisões, minhas comemorações
sem razão, minhas paixões sem rédea.
Brincar com cada varanda empoeirada, cada dor não ouvida,
cada socorro não acolhido.
Brincar com cada vontade que ficou só no papel, com cada vez que Deus disse que vinha e sumiu, com cada hora que parecia não acabar nunca.
Estou reaprendendo a acreditar que dá pra mudar, dá pra corrigir, dá
pra acreditar, dá pra ser feliz de novo a dois.
E sendo feliz a dois, serei feliz dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois+dois...
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