Outro tempo
 
Saudade do tempo em que fachos de luz
atravessavam as nuvens e estouravam
estrelinhas de fogos de artifício no peito.
 
O tempo da vida não cabe nas linhas do poema.
 
O tempo é irreversível
e os mistérios se esvaem em suas horas.
 
Mas no fundo do coração ainda palpita
o tremular das emoções de memórias redivivas.
 
Há que se escavá-las para sentir o real da vida,
que não está no passado, no futuro, nem nas fantasias.
 
O real da vida está no presente sempre fugaz,
que escorre entre os dedos como água corrente,
que não se retém e transborda as palmas fechadas.
 
A realidade é transitória em essência.
É preciso ser transeunte na existência.
 
Fábio Amaro
Enviado por Fábio Amaro em 14/08/2015
Código do texto: T5345618
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.