Bastilha
Já estou cansado/
Não encontro forças pra falar/
A juventude é uma porta/
Que não se identifica mais com um rumo/
Os sistemas estão ai pra os olhos vendar/
É tanta mazela associado ao caos/
Que pessoas cultas/
Já fazem a desigualdade/
Já acreditam na indiferença/
Que a ideia do dia a dia/
Faz viciar/
Há tanta fome/
Há tanta criança grávida/
Há tantos adolescentes/
Se perdendo no pó da ilusão/
Que as lágrimas aos poucos consomem a humanidade/
Já não se tem nada além de medo/
Nesse enredo/
A miséria é usada como drama/
A miséria é usada pra se lucrar/
A indignação/
Mata mais que o coração/
É tanta injustiça/
A fomentar a impunidade/
Que a cidade não sabe se geme/
Não sabe se grita/
Ou se deixa pra lá/
Essa Democracia/
Que muitos deram a vida/
Que muitos uivavam/
Que a gente ouviu falar/
Não se sabe ao certo/
Se é mãe solteira/
Ou se é filha/
Com identidade falsa/
Mas posso lhe adiantar/
Perdoe-me a sinceridade/
Ou quem sabe a ignorância no analisar/
Que essa festa absurda faz a gente pecar/
Mas ate agora o que se viu/
Foi essa pátria mãe gentil/
Servir aos oportunistas/
Pra serem a elite do Brasil/
Ferrando com a ordem/
Impondo um progresso/
Que nunca existiu/
Se é sábio quem faz a hora/
E omisso quem diante da dor cala e chora/
Não sei qual é a tua identidade/
Pois já está mais do que no tempo/
De a gente se cuidar/
De a gente usar a razão/
Pra mudar a realidade/
Dessa nação/