TÁ DIFÍCIL
TÁ DIFÍCIL
Aos poucos qual tortura de chines
Pregam-nos na cruz
Como pagar a conta de luz
Quando chega o final do mês
Estou pensando seriamente
Em ir-me embora pra “Pasaguada”
Quem sabe lá consigo pagar a água
Que chove mensalmente
No supermercado
Estou supermerdado
Com a cebola a dez
Choro sem escassez
Até o jiló
Não tem dó
Está a doze
Como se doce fosse
E aquela maionese
Que leva cenoura, vagem
Fica ao preço de viagem
Já tem economista defendendo tese
Sem falar no tomate
Que está too much
E no agrião
Mais caro que feijão
A carne, o leite e os derivados
Com os preços coalhados
De zeros a direita
Porque a esquerda não se endireita
Enfim, está tudo caro dilmais
E eu não sei mais
Como fazer a aposentadoria
Pagar as contas de todo dia
Ia esquecendo do dragão e do leão
Da inflação e do impostão
Que metem muito a mão
E não pegam cadeia não
Vou querer a jato
Entrar no processo da lava jato
Ganhar uma delação premiada
E não fazer mais nada
Afora isso quem sabe
Uma boquinha em Brasília
A ilha da fantasia
Em que tudo acaba na pizzaria
Estou versando e brincando
Mas a vontade que dá
É sair marchando
E chegando lá
Exigir o fim de tanto desmando