TÁ DIFÍCIL

TÁ DIFÍCIL

Aos poucos qual tortura de chines

Pregam-nos na cruz

Como pagar a conta de luz

Quando chega o final do mês

Estou pensando seriamente

Em ir-me embora pra “Pasaguada”

Quem sabe lá consigo pagar a água

Que chove mensalmente

No supermercado

Estou supermerdado

Com a cebola a dez

Choro sem escassez

Até o jiló

Não tem dó

Está a doze

Como se doce fosse

E aquela maionese

Que leva cenoura, vagem

Fica ao preço de viagem

Já tem economista defendendo tese

Sem falar no tomate

Que está too much

E no agrião

Mais caro que feijão

A carne, o leite e os derivados

Com os preços coalhados

De zeros a direita

Porque a esquerda não se endireita

Enfim, está tudo caro dilmais

E eu não sei mais

Como fazer a aposentadoria

Pagar as contas de todo dia

Ia esquecendo do dragão e do leão

Da inflação e do impostão

Que metem muito a mão

E não pegam cadeia não

Vou querer a jato

Entrar no processo da lava jato

Ganhar uma delação premiada

E não fazer mais nada

Afora isso quem sabe

Uma boquinha em Brasília

A ilha da fantasia

Em que tudo acaba na pizzaria

Estou versando e brincando

Mas a vontade que dá

É sair marchando

E chegando lá

Exigir o fim de tanto desmando

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 12/08/2015
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