DO AZUL E DA RÓSEA
amo a cor azul e suas tonalidades.
cito-as sempre que posso em verso, prosa,
em pousos e voos alma adentro,
seja ela aminha ou a de quem consegue ler-me.
azul é cor de quem vê de fora, olha de cima,
enxerga lá do espaço...
gosto de falar azu-lado, de escrever azul-ando,
mas tão frio é o azul e de frio já ando cheio
que, por isso, busco o calor em meio ao que me apetece,
me ata e me atiça,
bebo a quentura na senda úmida da palavra
e envolvo de viscosidade e maciez cada sílaba nascida
do azul, cor fria e adocicada.
sendo assim, quem curioso olhar de olhos despidos,
quem sem pudores ou falsos moralismos
reparar bem direitinho por debaixo de tanta anágua,
irá ver as pistas que deixei,
perceberá que meu verso, apesar de tanto azul, é lascivo,
agridoce... repleto da cor dela:
cor-de-rosa agoiabado.