TORTUTA

Amador Filho

Nesta noite fria, coexisto com minha dor!

Somente o ulular do vento sobre os telhados.

A solidão cruel provoca-me estranho estupor.

Sou o mais infeliz dos homens abandonados.

Quanta desumanidade a vida vai me reservando,

Privando-me de tudo com requintes de crueldade,

Vai torturando-me, ferindo-me e me castigando,

Com a mais ferina e cruciante agressividade.

Sinto que as forças devagarzinho vão me abandonando

Nesta luta, percebo que aos poucos vou definhando,

Sozinho com o meu sofrer, com a minha tortura!

Nada existe neste mundo que me alegre ou me conforte,

Somente a maldita solidão indicando-me o passaporte,

Para o caminho da minha inevitável e desgraçada amargura.

Santa Luz, 04 de agosto de 2015.

Sertanejoretado
Enviado por Sertanejoretado em 12/08/2015
Código do texto: T5343282
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