Ainda me lembro
O galo anunciava o dia
Cantando do seu poleiro
E a minha chaleira fervia
Enquanto aguardava o padeiro.
O pão era entregue na porta
Algo ideal que ainda me lembro
Tradição que hoje está morta
Completando alguns dezembros.
A gente pulava cedo
O sol não pegava na cama
E sem essa de luvas nos dedos
Quais atualmente reclamam.
Preparava um café amargo
Deixando a xícara repleta
Meu horizonte era grandioso e largo
E na cabeça planos e metas.
Os passos repetiam rumo ao curral
Para apear o bezerro e a vaca
Tirava o leite quente e natural
Ambos amarrados na estaca.
O dia raiava atrás dos montes
Era hora de pegar o caminho da roça
Entre os sonhos havia sempre uma ponte
No qual passava o cavalo e a carroça.
É de lá que vinha todo sustento
De um dia ver os filhos criado
Parece ser um processo lento
Mas vejo os morrudos e barbados.
Francisco assis silva é poeta e militar
Email: assislike1@hotmail.com