As vezes... A história de um menino para o mundo, do seu jeito.
As vezes sou árvore, sou casa, sou mundo
Outras, me sinto só, entre vários
As vezes sou chato, outras, sou amigo
Coço a cabeça, mexo no "embigo"
- Guri, deixa de falar asneira e vai trabalhar
Mãe coxa,
corre a vida, vida corrida, lava no tanque a trouxa dos espertos. Esfrega a barriga no fogão, e quando passa pela mesa, rasgam dentes da barriga. Mais um então.
As vezes sou assim, direto, sem rodeios. Rodeio, cavalo, meu pai; sentado na cadeira de balanço, sem lembranças, mastiga o fumo, me da enjoo. Não mais que em minha mãe.
As vezes faço, outras desfaço, "ingual" meu vô!
- Ah guri, parece ter excelência em fazer tudo errado!
Mãe tonta,
de tantos afazeres, roda a casa guiada pela vassoura, cai não mãezinha
Meu avô, que tudo sabe, mas nada vê...
Enxerga a mãe da filha da vizinha, que espia meu pai na cadeira, e no vai e vem(da cadeira), já não pode enjoar ninguém
As vezes não sou nada mesmo, uma voz no mundo. Que fala sobre tudo e não diz nada.
As vezes, só as vezes, sou arrebol para aqueles que olham para cima.
- Nossa, que lindo filho!
- Mãe, o que é arrebol?