O Jumento

Usando cabresto,

Encilhado com pesados arreios,

Viseira nos olhos,

Caçuá e cambitos no lombo.

Quem transporto usa esporas,

Caminho tecido de pedras,

Espinho no casco,

Aí que dor no meu caminhar.

Nasci urrando no pé da serra,

Com uma pelagem sem brilho,

Nas costas carrego uma cruz,

Sirvo de aviso mudança de hora.

Teresa Cristina Monteiro
Enviado por Teresa Cristina Monteiro em 10/08/2015
Reeditado em 10/08/2015
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