Recriação

Da infância que ficou,

trago a decisão no olhar,

mirando bem além de mim,

na tradução do meu sonhar.

Já passei por maus bocados,

sem porvir e sem mesuras,

nos preâmbulos do passado,

deixei minhas amarguras.

Que a decisão é minha

não misturo sentimentos,

pois viver de ladainhas,

é colher o pó dos ventos.

E assim seguro as rédeas

da ilusão do sonhador,

do caminho retiro as pedras,

registrando o meu amor.

Meu passado foi bem antes do ontem,

meu presente, talvez nem é agora,

eis que o futuro então: só eu decido,

nada mais me apavora.

Meu cantar ainda é meigo,

meu sonhar ainda é valsa,

que viver das ilusões,

é amarrar fogo e fumaça.

Prefiro definir a história que recrio.

que recriar a história que defino.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 09/08/2015
Reeditado em 17/09/2021
Código do texto: T5340113
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