Recriação
Da infância que ficou,
trago a decisão no olhar,
mirando bem além de mim,
na tradução do meu sonhar.
Já passei por maus bocados,
sem porvir e sem mesuras,
nos preâmbulos do passado,
deixei minhas amarguras.
Que a decisão é minha
não misturo sentimentos,
pois viver de ladainhas,
é colher o pó dos ventos.
E assim seguro as rédeas
da ilusão do sonhador,
do caminho retiro as pedras,
registrando o meu amor.
Meu passado foi bem antes do ontem,
meu presente, talvez nem é agora,
eis que o futuro então: só eu decido,
nada mais me apavora.
Meu cantar ainda é meigo,
meu sonhar ainda é valsa,
que viver das ilusões,
é amarrar fogo e fumaça.
Prefiro definir a história que recrio.
que recriar a história que defino.