Livro de cabeceira
Certa vez, numa estação de trem de uma cidade turística
ouvi um homem esbravejar contra um grupo de americanos
que fazia turismo naquele lugar até então tranquilo.
Ele proferia palavras de ódio contra o sistema.
Sua indignação estava escancarada sobre os trilhos da ferrovia,
lançando à queima-roupa sobre as caras das pessoas que mal
entendiam o que estava acontecendo e a origem de sua fúria.
Logo à frente via-se a página do oceano.
Cansado me sentei no café mais próximo a tomar sorvete
contra aquele calor de sentir vergonha alheia e assim aliviar a tensão.
Lembro de anotar algum rabisco sobre a tranquilidade bucólica
que ainda pairava sobre aquelas pessoas acolhedoras.
Aquele poema era o rei daquela suavidade contagiante.
Ri da letra torta a violar as regras.
Guardei as anotações,paguei e segui.
As vezes, o que passava pela minha cabeça era que tudo ali
já não estava como havia conhecido.
Quando esse pensamento passou pela primeira vez em minha mente,
se formou um burburinho e me tirou a atenção da sequência que,eu crera, me daria respaldo para provar que estava certo.
[ter certeza,vez ou outra,não tem graça]
Resolvi me ocupa com as acomodações de onde passaria um bom tempo a escrever tranquilamente por um período indeterminado que o meu novo projeto exigia, antes de chegar ao ponto final que me levaria a termina-lo com as ponderações necessárias.
Fechei os olhos e fui em frente.
Retroceder,nunca...
Render-se,já mais.