o perfume de tua ausencia II
hoje, para meu pai (in memorian)
tu não estás aonde tu sempre esteves...
e eu não o via como eu quero ver hoje!!!
hoje, a tu ausencia se faz de saudades
que são palpáveis
como o vento que gesta redemoinhos
hoje, amanhã e sempre
a tua presença se faz
como um altar-mor de delicadezas sutis
comos os mandarins soturnos
em madrugadas de verão
hoje
amanhã
e sempre
sinto o calor de tua voz
a acariciar meus delizes tão banais
e frívolos
tão derradeiros
como a última semente
que se encrespa em nascer
e perversa se distrai, se esvai
e deixa fruir a sua tão rara beleza
hoje
ontem
amanhã
e sempre
a tua ausencia se faz robusta
como as danças dos caracóis
que se desnudam
frente a sua decisão de ser
no tempo de lhe nortear
sabores e cores delicados
feito os perfumes andarilhos
no amanhecer dos dias
hoje
amanhã
e sempre
esculpindo a tenacidade dos desejos
de ser tu
ausencia arada, perfumada
que faz rastros por entre
os meus modos de te ver
assim:
ontem,
hoje
e sempre!!!!
eterna ausencia perfumada