ao meu pai

Oscilações

Ao meu pai (sempre presente)

Quanto tempo, pai, que não vens

Dizer o tempo que me vale ser?

Quanto vivemos ansiar o tempo?

Quanto perdemos vigiar o tempo

De convívio, da amostra de risos,

Das lições vividas? Das perdidas

Chegadas e partidas...

Tempo das severas despedidas

Que se desfazem em vidas...

Tempos de sorrir chorando

A vez de ser tempo passado,

De te ver passando...

Tempo de destemperar,

Tempo de deslembrar o tempo...

Beijar as mãos... Pedir perdão,

Pedir esta benção tempo vida,

Que se fez capaz de sonhar...

De querer querer-se bem,

Que foi este o prometido ser

Para esquecer-se de chorar

tempo ido, que deixou de ser?

Quanto tempo teremos

Para relembrar o comovido

tempo esquecido a esmo?

Que nos deixe tocar as mãos

Que se afastaram há tempos...

Quanto tempo o tempo vale?

Então o tempo que se cale!

Sergiodonadio.blogspot.com

sergio donadio
Enviado por sergio donadio em 08/08/2015
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