RESILIÊNCIA ! 124
Pela espessa densidade do tempo,
Não transponho a linha tênue que nos separa,
Dou um passo em tua direção e algo me para,
É a dura parede invisível, do desencanto...
E assim, permaneço estática e cega,
Minhas forças já inúteis se esvaem de mim,
De nada valeu, da alma a pura entrega,
Se agora podes ver, meu triste fim...
E enquanto a noite escura, de tudo toma conta,
Meu corpo ainda frio, lentamente se levanta,
Veste o manto pesado da solidão,
E sai, procurando apoio, libertação...
Uma fina garoa, aos poucos me desperta,
Gemendo, te arranco do peito a chaga é aberta,
De minhas mãos trêmulas, escorrem os restos teus,
Meu coração liberto... Enfim te diz... Adeus...
Lani (Zilani Celia)