Tarde de Agosto
O Sol está se pondo por entre os prédios,
Promovendo os seus últimos raios multicores,
Os pássaros executam os seus últimos cantos,
Pois já se encaminham para as copas das árvores,
A fim de retornarem aos seus ninhos e moradas,
O vendedor de doce japonês passa agoniado, apitando,
Pretendendo adoçar um pouco a vida dos pedestres,
O jornaleiro já vende o jornal do dia seguinte: o domingo,
Como se fosse um profeta divulgando o futuro próximo,
A tarde é sim melancólica, típica do mês de agosto,
Agostinando, ou desgostando, a tudo e a todos,
E contaminando até mesmo os poetas.